Representadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstros. Representadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstros, as Harpias traduzem as paixões obsessivas bem como o remorso que se segue a sua satisfação. Na mitologia grega, as Harpias (do grego hárpyia, "arrebatadora") eram filhas de Taumas e Electra e, portanto, anteriores aos olímpicos. Procuravam sempre raptar o corpo dos mortos, para usufruir de seu amor. Por isso, aparecem sempre representadas nos túmulos, como se estivessem à espera do morto, sobretudo quando jovem, para arrebatá-lo. Parcelas diabólicas das energias cósmicas, representam a provocação dos vícios e das maldades, e só podem ser afugentadas pelo sopro do espírito. A princípio duas - Aelo (a borrasca) e Ocípite (a rápida no vôo) - passaram depois a três com Celeno (a obscura). O mito principal das Harpias relaciona-se ao rei da Trácia, Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: tudo que fosse colocado a sua frente, sobretudo iguarias, seria carregado pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos o que não pudessem carregar. Perseguidas pelos argonautas, a pedido de Fineu, obtiveram em troca da vida a promessa de não mais atormentá-lo. A partir de então, refugiaram-se numa caverna da ilha de Creta. A construção das colossais muralhas das antigas cidades micênicas foi uma das muitas façanhas atribuídas aos ciclopes pela mitologia grega. Segundo as lendas e obras épicas da antiga Grécia, os ciclopes eram gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Para Hesíodo os ciclopes eram três, filhos de Urano, o céu, e de Gaia, a terra. Chamados Brontes, Estéropes e Arges, forjaram os raios para Zeus e o ajudaram a derrotar seu pai, Cronos. Homero os descreveu na Odisséia como filhos de Posêidon, deus das águas, pertencentes a uma raça de pastores selvagens que habitavam a longínqua ilha de Trinacria, provavelmente a Sicília. Para escapar com vida da fúria dos monstros, Ulisses cegou seu chefe, Polifemo. Outros autores, inspirados em Hesíodo, relatam que os ciclopes trabalharam como ferreiros para Hefesto. Habitavam o monte Etna e as profundezas vulcânicas e realizaram importantes trabalhos para os deuses, como o capacete de Hades e o tridente de Posêidon. Também se atribuía a eles o controle dos fenômenos atmosféricos, a erupção dos vulcões e a edificação de construções gigantescas irrealizáveis por homens comuns. Segundo uma das lendas, foram todos mortos por Apolo.
A construção das colossais muralhas das antigas cidades micênicas foi uma das muitas façanhas atribuídas aos ciclopes pela mitologia grega. Segundo as lendas e obras épicas da antiga Grécia, os ciclopes eram gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Para Hesíodo os ciclopes eram três, filhos de Urano, o céu, e de Gaia, a terra. Chamados Brontes, Estéropes e Arges, forjaram os raios para Zeus e o ajudaram a derrotar seu pai, Cronos. Homero os descreveu na Odisséia como filhos de Posêidon, deus das águas, pertencentes a uma raça de pastores selvagens que habitavam a longínqua ilha de Trinacria, provavelmente a Sicília. Para escapar com vida da fúria dos monstros, Ulisses cegou seu chefe, Polifemo. Outros autores, inspirados em Hesíodo, relatam que os ciclopes trabalharam como ferreiros para Hefesto. Habitavam o monte Etna e as profundezas vulcânicas e realizaram importantes trabalhos para os deuses, como o capacete de Hades e o tridente de Posêidon. Também se atribuía a eles o controle dos fenômenos atmosféricos, a erupção dos vulcões e a edificação de construções gigantescas irrealizáveis por homens comuns. Segundo uma das lendas, foram todos mortos por Apolo. São freqüentes as representações desses personagens míticos nos vasos e baixos-relevos antigos; nas pinturas de Pompéia, são representados com os raios próprios dos deuses.Em grego (Kýklops), "olho redondo", pois os Ciclopes eram concebidos como seres monstruosos com um olho só no meio da fronte. Demônios das tempestades, os três mais antigos são chamados, por isso mesmo, Brontes, o trovão, Estéropes, o relâmpago, e Arges, o raio. Os mitógrafos distinguem três espécies de Ciclopes: os Urânios (filhos de Úrano e Géia), os Sicilianos, companheiros de Polifemo, como aparece na Odisséia de Homero e os Construtores. Os primeiros, Brontes, Estéropes e Arges são os urânios. Encadeados pelo pai, foram, a pedido de Géia, libertados por Crono, mas por pouco tempo. Temendo-os, este os lançou novamente no Tártaro, até que, advertido por um oráculo de Géia de que não poderia vencer os Titãs sem o concurso dos Ciclopes, Zeus os libertou definitivamente. Estes, agradecidos, deram-lhe o trovão, o relâmpago e o raio. A Plutão ou Hades ofereceram um capacete que podia torná-lo invisível e a Posídon, o tridente. Foi assim, que os Olímpicos conseguiram derrotar os Titãs. A partir de então tornaram-se eles os artífices dos raios de Zeus. Como o médico Asclépio, filho de Apolo, fizesse tais progressos em sua arte, que chegou mesmo a ressuscitar vários mortos, Zeus, temendo que a ordem do mundo fosse transtornada, fulminou-o. Apolo, não podendo vingar-se de Zeus, matou os Ciclopes, fabricantes do raio, que eliminaria o deus da medicina. O segundo de Ciclopes, impropriamente denominados sicilianos, tendem a confundir-se com aqueles de que fala Homero na Odisséia. Estes eram selvagens, gigantescos, dotados de uma força descomunal e antropófagos. Viviam perto de Nápoles, nos chamados campos de Flegra. Moravam em cavernas e os únicos bens que possuíam eram seus rebanhos de carneiros. Dentre esses Ciclopes destaca-se Polifemo, imortalizado pelo cantor de Ulisses e depois, na época clássica, pelo drama satírico de Eurípedes, o Ciclope, o único que chegou completo até nós. Na época alexandrina, os Ciclopes "homéricos" transformaram-se em demônios subalternos, ferreiros e artífices de todas as armas dos deuses, mas sempre sob a direção de Efesto, o deus por excelência das forjas. Habitavam a Sicília, onde possuíam uma oficina subterrânea. De antropófagos se transmutaram na erudita poesia alexandrina em frágeis seres humanos, mordidos por Eros. A terceira leva de Ciclopes proviria da Lícia. A eles era atribuída a construção de grandes monumentos da época pré-histórica, formados de gigantescos blocos de pedra, cujo transporte desafiava as forças humanas. Ciclopes pacíficos, esses Gigantes se colocaram a serviço de heróis lendários, como Preto, na fortificação de Tirinto, e Perseu, na construção da fortaleza de Micenas.
Chama-se Teseu o moço forte que acaba de dizer essas palavras resolutas a Egeu, o velho rei de Atenas. O rei está triste. E com razão. Chegou o momento em que, como todos os anos, deve enviar a Creta sete rapazes e sete moças para servirem de comida ao Minotauro. Alguns anos atrás, Minos, rei dos cretenses, venceu uma guerra contra Atenas, e desde então, todo ano, catorze adolescentes atenienses partem para Creta num navio de vela negra, que sempre volta vazio. O Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo de homem, devora-os em seu covil, o Labirinto. Cansado dessas mortes inúteis, Teseu resolve tomar o lugar de uma das vítimas e, se puder, matar a terrível criatura. Egeu acaba cedendo: - Então, vá. Mas, se você voltar são e salvo, troque a vela negra do navio por uma branca. Assim, vendo o barco, eu já de longe fico sabendo que você está vivo. Teseu promete obedecer ao pai e embarca para Creta. Minos, em seu suntuoso palácio de Cnossos, recebe com amabilidade os catorze atenienses. Mas. comunica que no dia seguinte entrarão no Labirinto, no centro do qual vive Astérion, o Minotauro. Durante toda a noite, Teseu esforça-se para tranqüilizar seus companheiros. De repente, anunciam ao jovem príncipe ateniense que alguém quer falar com ele. Muito surpreso, Teseu vê entrar uma bela moça, que ele já viu ao lado do trono de Minos. Ela lhe diz: - Jovem estrangeiro, eu me chamo Ariadne e sou a filha do rei Minos. Quando vi seu ar decidido, compreendi que você veio para matar o Minotauro. Mas será que já pensou numa coisa? Mesmo que mate o monstro, nunca vai conseguir sair do Labirinto... Teseu fica confuso, pois Ariadne tem razão. Ele não pensou nesse problema! Percebendo o constrangimento do rapaz, ela acrescenta: - Desde que o vi, fiquei interessada por você. Estou disposta a ajudá-lo se, depois, você se casar comigo e me levar para Atenas. Assim fica combinado. No dia seguinte, na entrada do Labirinto, Ariadne dá ao herói um novelo de um fio mágico, que lhe permite não só procurar o Minotauro mas também encontrar a saída. Teseu encoraja os trêmulos companheiros, e todos penetram naquele lugar sinistro. O príncipe vai na frente, desenrolando com uma mão o fio, cuja extremidade fixou na soleira da porta de entrada. Dali a pouco, o grupo de jovens, confundido por corredores sempre idênticos, está completamente perdido no Labirinto. Teseu, cauteloso, pára e vigia os mínimos esconderijos, sempre com a mão no punho da espada que Ariadne lhe deu. Acordando de repente, o Minotauro salta mugindo sobre o rapaz. Mas o herói está alerta e, sem medo nem hesitação, abate de um só golpe o monstro.Graças ao fio, que volta a enrolar no novelo, Teseu e seus companheiros saem do Labirinto. Ariadne joga-se nos braços do herói e abraça-o com paixão. Depois, ela conduz os atenienses ao porto. Antes de subir a bordo de seu navio, Teseu tem o cuidado de fazer furos nos cascos dos barcos cretenses mais próximos. Em seguida, embarca com Ariadne e seus amigos. Quando fica sabendo do que aconteceu, o rei Minos enfurece-se e ordena à frota que impeça a fuga. Os navios que ainda estão em condições de navegar tentam bloquear o barco grego, e começa uma batalha naval. Mas, com o cair da noite, Teseu aproveita-se da escuridão e consegue escapar esgueirando-se entre as naus inimigas. Alguns dias depois, o navio chega à ilha de Naxo. Teseu resolve fazer uma escala para reabastecimento. Vaidoso com a vitória, só tem um pensamento na cabeça: a glória que encontrará em Atenas. Imaginando sua volta triunfal, os gritos de alegria e de reconhecimento da multidão que virá aclamá-lo, apressa-se em partir. Dá ordem de levantar âncora, esquecendo Ariadne, que fica adormecida na praia. Quando desperta, a princesa vê o navio já ao longe, quase desaparecendo no horizonte. Só lhe resta lamentar sua triste sina. Mas felizmente o deus Dioniso passa por ali e sabe consolá-la muito bem. Enquanto isso, Teseu aproxima-se de Atenas. Está tão entretido com seus sonhos de glória que também esquece de, conforme prometeu ao pai, trocar a vela negra por uma branca. Desde a partida do filho, o velho Egeu não teve um único momento de repouso. Todos os dias, subia à Acrópole e ficava olhando as ondas, esperando avistar o navio com a vela branca. Pobre Egeu! Quando o barco enfim aparece, está com a vela preta. Certo de que Teseu está morto, o rei desespera-se e quer morrer também. Joga-se ao mar e afoga-se. Por isso, desde esse tempo o grande mar que banha a Grécia chama-se mar Egeu. Sem saber do suicídio do pai, Teseu desembarca, radiante de felicidade. Sua alma entristece-se quando fica sabendo da trágica notícia. Culpando-se amargamente por sua irresponsabilidade, começa a chorar. Apesar da triunfal acolhida que Atenas lhe dá, ele fica de luto. Depois, porém, compreende que não deve lamentar seu ato de heroísmo. Já que subiu ao trono, só lhe resta ser um bom soberano. É o que tenta fazer, sempre reinando com grande respeito pelas leis e garantindo o bem-estar de seu povo. Sob seu sábio governo, a Grécia conhece a paz. E Atenas, a prosperidade. Um monstro meio homem meio touro, preso em um gigantesco labirinto a espera de sua próxima refeição de carne humana. Este é o estranho mito do minotauro, uma bestial aberração da natureza que perpetua o símbolo do animal que há em todo homem. Mas essa história esconde uma impressionante realidade, sacrifícios humanos reais, bestialidade, guerras e as ruínas de um labirinto de verdade.A MORTE DO MONSTRO DE CABEÇA DE TOURO DO LABIRINTO Com o correr dos anos, à medida que se tornava mais rico e poderoso, esquecia-se Pélops da maldição do auriga Mirtilo, que o ajudara a conquistar sua esposa Hipodâmia e o reino da Élida. Sem dúvida, aparentemente, era Pélops um dos homens mais felizes do mundo. Ele e Hipodâmia possuíam quatro filhos que se chamavam Piteu, Atreu, Tiestes e Alcatoo e umaformosa filha de nome Nícipe. A leste, além de Micenas e de Argos estendia-se o aprazível país da Argólida. Ali, Piteu, filho mais velho de Pélops, edificou seu lar. Era um homem sábio e douto, e muito querido de seu povo. Um dia casou-se e teve uma linda filha chamada Etra. Aconteceu que o Rei Pandion Segundo de Atenas teve três filhos, o mais velho dos quais, de nome Egeu, se tornou rei por morte de seu pai. O segundo filho, Palas, tinha-lhe uma entranhada inveja, e sentia-se descontente com a parte do reino que herdara, se bem que o terceiro filho, Niso, se achasse satisfeito reinando sobre Mégara, que lhe coubera na partilha. Um dia, quando ia, consultar um oráculo, foi Egeu ter à corte de Piteu e lá se apaixonou pela bela Etra. Seu pai prazerosamente consentiu no casamento, conquanto Egeu houvesse declarado que não levaria Etra para Atenas, nem tampouco tornaria público seu casamento por temer que o ciúme de seu irmão Palas prejudicasse Etra. - Assim sendo, você precisa permanecer na casa de seu pai, disse Egeu à sua formosa esposa, e, quando eu o julgar conveniente, virei buscá-la para ser minha rainha, sem correr risco algum. Se tivermos um filho, conserve-o junto de você até à maioridade. Dê-lhe então esta espada, que deposito em suas mãos; ensine-lhe o nome de seu pai e mande-o à minha presença no palácio de Atenas. Etra prometeu cumprir suas ordens, guardando cuidadosamente a espada. Passado algum tempo teve um filho que tomou o nome de Teseu. O menino foi educado sob os cuidados do sábio e douto Piteu, transformando-se com o tempo num jovem de alta estatura e rara beleza, tão cortês e amável quanto valente e corajoso. Chegou enfim o dia em que Etra lhe revelou o nome de seu pai, entregou-lhe a espada e mandou-o entrar na posse de seus direitos de nascença. Entrementes, porém, uma grande calamidade se abateu sobre Atenas. O Rei Minos de Creta, filho primogênito da Princesa Europa, que Zeus, sob a aparência de um touro, tinha raptado de seu lar na Fenícia, tinha um neto de igual nome reinando agora em Creta. Casara-se com Pasífae, filha do deus do sol Hélios com uma ninfa chamada Perse. Era uma família oriental de mágicos e feiticeiros. Além de Pasífae tinha Hélios um filho chamado Aetes, Rei da Cólquida, e uma filha de nome Circe, feiticeira que vivia na Ilha Éia. Ambas tomarão parte nesta história mais tarde. A Rainha Pasífae era perversa e tenebrosa e bem mereceu o castigo que recebeu ao ter um filho com cabeça de touro. O Rei Minos sentiu-se profundamente afetado. Chamou seu filho de Minotauro, e criou-o secretamente, longe da vista de todos, exceto dos servidores de absoluta confiança que cuidavam da sua pessoa. Vivia o Minotauro no Labirinto, local de muitos quilômetros de corredores emaranhados, que havia sido construído fazia muito tempo por antigos reis de Creta. Talvez se houvesse a Rainha Pasífae arrependido de sua má conduta, pois deu ao Rei Minos duas filhas chamadas Fedra e Ariadne, e dois filhos, Deucalião e Androgeu, crianças absolutamente normais que se tornaram, quando cresceram, criaturas belas e sadias. Com efeito, era Androgeu tão alto e forte que se tornou famoso lutador. Percorreu o mundo à procura de alguém que o pudesse derrotar. Daí resultou o desastre que se iria se abater sobre o povo ateniense. Quando Androgeu chegou a Atenas, exibindo sua força e habilidade na luta, ficou o Rei Egeu enciumado e receoso de que o povo ateniense, que adorava aquele esporte, o proclamasse rei. Por essa razão, quando Androgeu deixou Atenas para visitar outra cidade, Egeu mandou sicários o seguirem com ordem de assassiná-lo.O Rei Minos de Creta não era homem que recebesse tal afronta de braços cruzados. Reuniu um exército e fez-se à vela para a Grécia, desembarcando em Mégara, sitiando a cidade onde Niso, irmão do Rei Egeu, vivia e reinava. O Rei Minos era belíssimo homem e, quando Cila, filha de Niso, o avistou do alto dos muros da cidade, por ele se apaixonou profundamente, sentindo-se capaz de fazer qualquer coisa nesse mundo para conquistar o seu amor. Ela sabia que toda a força e poderio de seu pai residiam numa mecha de cabelos louros. Mas tal fora a paixão que sentira por aquele inimigo de seu pai, que se aproximou deste enquanto dormia e lhe cortou a mecha de cabelo louro para levá-la secretamente ao Rei Minos, em seu acampamento fora dos muros da cidade. Assim a cidade caiu às mãos dos cretenses, na primeira investida que fizeram, preferindo o Rei Niso matar-se a se entregar aos seus inimigos. Quanto a Cila, o Rei Minos ficou enojado de sua conduta, e não quis saber dela. - Você, que traiu seu pai, poderá também vir a me trair, disse ele; e seus guardas a repeliram. Desesperada, ela atirou-se ao mar do alto de um penhasco. Diz-se que, ao cair, ela se transformou numa cotovia, e seu pai, o Rei Niso, num falcão que desde aquele dia a persegue por ter traído a pátria e causado sua morte, para capturá-la e a matar. Depois de conquistar Mégara, marchou o Rei Minos contra Atenas, que prontamente se rendeu. Uma das condições de paz impostas por ele à cidade, consistia em remeter para Creta, todos os anos, sete rapazes e sete moças que deveriam ser sacrificados ao feroz e terrível Minotauro. Egeu teve de se submeter a estas terríveis condições. Com o correr do tempo, roubando-lhe cada ano sete jovens e sete raparigas que eram cruelmente sacrificados em Creta, olhava o Rei Egeu com maior ansiedade para Trezena, onde vivia sua esposa, a espera de notícias de seu filho, que deveria libertar Atenas desse horrível tributo. Repentinamente, estranhas e fantásticas histórias começaram a correr em Atenas, a respeito das façanhas de um jovem chamado Teseu, que viajava pelo país, eliminando ladrões e bandidos por toda parte onde passava. Era perigosa a região por onde ele transitava, de maneira que quase todo mundo preferia viajar por mar. Mas, parecia que Teseu queria provar sua própria coragem enfrentando os bandoleiros que infestavam o país. Havia entre estes um certo Cínis, que amarrava, o viajante a dois galhos de árvore que juntava com uma corda. Ao cortar a corda, separavam-se os galhos com violência, despedaçando a vítima. Impôs Teseu a este homem cruel a mesma sorte que infligia aos viajantes indefesos, e passou adiante à procura de Procusto. Este salteador costumava amarrar seus prisioneiros a um leito de ferro. Se fossem maiores que a cama cortava-lhes os pés; se menores, esticava-os até ficarem do comprimento da cama. Também este foi tratado por Teseu da mesma maneira por que tratava suas vítimas.Também morreu pelas suas mãos o grande touro de Maratona, que Heracles tinha trazido de Creta. Como corressem essas histórias de boca em boca em Atenas, esperava o povo com ansiedade a chegada do jovem herói que executava tão notáveis e benéficas façanhas. O Rei Egeu, entretanto, sempre preocupado com a segurança de seu trono, refletia no que poderia acontecer quando Teseu chegasse a Atenas. Vivia em sua companhia a Rainha Medéia, filha, do Rei Aetes da Cólquida, em cujas veias corria o sangue dos mágicos orientais. Temia ela que Teseu se apossasse do governo, e talvez mesmo mandasse matá-la. Precavendo-se contra esta possibilidade, preparou uma taça de vinho envenenado e levou-a ao Rei Egeu. - Quando o rapaz chegar ao seu palácio, pois aqui virá de um momento para outro, disse ela, finja recebê-lo com grandes demonstrações de amizade e dê-lhe a beber este vinho envenenado. Desta forma ver-se-á livre dele, não mais receando perder o seu trono.Concordou o Rei Egeu. Quando, afinal, Teseu chegou a Atenas apresentando-se em seu palácio, compreendeu o rei ao olhar para a espada que o jovem trazia presa ao cinturão, que ele era seu próprio filho, enviado pela mulher,que desposara secretamente em Trezena. Pode-se imaginar o quanto se sentiu feliz e orgulhoso! Rejubilou-se o povo de Atenas quando veio a saber que o jovem herói que ele tanto admirava era filho do rei e viria um dia a reinar em Atenas depois da mortede Egeu. Medéia, temendo sua cólera, fugiu para a Cólquida e ninguém lamentou sua partida. Os cinqüenta sobrinhos do Rei Egeu, filhos de seu irmão Palas, não se regozijaram mais do que Medéia com a popularidade do jovem príncipe. Sabiam que, se vivesse, não seriam mais herdeiros do reino. Puseram-se, pois, no maior segredo, à espreita de uma oportunidade para eliminá-lo. Teseu, porém, estava prevenido. Enfrentou-os destemidamente, manejando sua espada com tanta audácia e perícia que os deixou a todos deitados por terra, mortalmente feridos. Quando chegou o dia de partirem para Creta os sete rapazes e as sete raparigas que iam ser sacrificados ao Minotauro, Teseu tomou lugar junto aos seis jovens, decidido a matar o monstro ou a morrer corajosamente na tentativa de exterminá-lo. Aconteceu que a filha mais nova do Rei Minos, a Princesa Ariadne, ao pôr os olhos em Teseu, quando este desembarcava em Creta, juntamente com seus companheiros, sentiu por ele tamanha paixão que se pôs a imaginar de que maneira poderia salvá-lo. A este respeito falou com Teseu. Ele pediu-lhe que levasse uma lança e uma espada para o local onde se achava preso o monstro. Acedeu Ariadne ao seu pedido. Para que pudesse ele achar a saída daquele desconcertante emaranhamento de corredores, entregou a Teseu um novelo de fio de ouro, que ele ia desenrolando à medida que transitava pelo Labirinto. Achou-se, afinal, na presença do Minotauro, que se pôs a mugir desesperadamente ao vê-lo e o teria despedaçado, se ele não estivesse armado. Arrostou Teseu o seu ataque de lança, em riste. Enterrou-a no peito do monstro e decepou-lhe a cabeça com um golpe violento de sua espada afiada. Deixando o Minotauro sem vida, Teseu seguiu o fio de ouro, percorrendo quilômetros de corredores arrevesados, até sair de novo ao crepúsculo da tarde. Esperava-o Ariadne em companhia dos seis companheiros e das sete moças. Pouco depois faziam-se à vela e singravam os mares, afastando-se da ilha. Tão linda era a Princesa Ariadne e tão grato ficou Teseu pela sua ajuda que a amou com ternura. Sendo, porém, ela do sangue de Pasífae e Medéia, tinha razão Teseu para não confiar nela. Impelidos por um temporal, ficaram à espera de ventos favoráveis, na Ilha de Naxos, onde se refugiaram; aí, Teseu resolveu desfazer-se de Ariadne. Logo que o vento mudou de direção ele embarcou secretamente com seus companheiros e companheiras deixando Ariadne abandonada na ilha. Acertara Teseu com seu pai, antes de partir, que, caso conseguisse matar o Minotauro e regressar são e salvo, ergueria, ao chegar, uma vela branca no mastro da nau. Alguma razão fortuita fê-lo esquecer o acerto. O Rei Egeu, espreitando o mar de um ponto elevado, viu a nau entrar no porto com vela preta. Deduziu que seu filho tinha morrido e, desesperado, atirou-se ao mar do alto do penedo onde se achava, encontrando assim a morte. Desde então, esse mar se chamou Egeu, em sua memória. Por essa forma, viu-se Teseu, logo ao chegar, subir ao trono de Atenas. Seu primeiro ato como soberano consistiu em mandar ao Rei Minos de Creta uma mensagem provocadora, dizendo-lhe que tinha matado o Minotauro e que a partir daquele momento Atenas repudiava seus compromissos e nunca mais pagaria o tributo de sete rapazes e sete moças. Ao saber que seu velho inimigo, o Rei Egeu, o matador de seu filho, tinha morrido, o Rei Minos fez as pazes com Atenas, dando a Teseu sua filha mais velha, Fedra, em penhor de amizade. Como Fedra fosse ainda mais bela que Ariadne, Teseu apaixonou-se tão profundamente por ela, que a fez sua rainha.A Princesa Ariadne que ajudara Teseu e, abandonara o seu lar, temerosa da ira do próprio pai; que fora em seguida abandonada por Teseu na Ilha de Naxos, ali foi encontrada por Dionísio, o deus do Vinho, que por ela, se apaixonou, tomando-a sob sua proteção. Depois, Radamanto, irmão do Rei Minos Primeiro, encontrou Ariadne e ficou conhecendo a história de seus infortúnios. Como ele fosse Rei do arquipélago, levou-a para a Ilha de Lemnos, onde ela teve um filho chamado Toas que veio mais tarde a ser rei daquela ilha. Mas ninguém sabia ao certo se seu pai era o deus do Vinho ou Teseu. Toas teve uma linda filha chamada Hipsípile, que era Rainha de Lemnos quando os argonautas ali aportaram de passagem em busca do Tosão de Ouro. Os heróicos feitos de Teseu eram narrados em tolas as cidades da Grécia e chegaram aos ouvidos de Pirítoo, Rei dos lápitas da Tessália. Pirítoo também era homem valente e aventureiro, e sentiu-se desejoso de conquistar a amizade de Teseu. Em vez de ir a Atenas e declarar suas intenções, preferiu invadir os domínios de Atenas à frente de um exército, desafiando Teseu para a luta. Teseu partiu incontinenti à frente de um exército. Num pronto chegou a uma grande planície onde Pirítoo e os lápitas da Tessália o esperavam em ordem de batalha. Teseu adiantou-se em sua biga, para examinar as forças inimigas no momento em que Pirítoo do seu lado fazia o mesmo. Ao encontrarem-se, sentiram os dois homens, instantaneamente, tanta simpatia recíproca que desceram de suas bigas e apertaram-se as mãos, firmando naquele lugar e naquele momento uma amizade que iria durar a vida toda. Depuseram as armas, atenienses e lápitas, seguindo juntos para Atenas onde, durante sete dias e sete noites, se congraçaram em libações e festejos. Aconteceu que Pirítoo estava noivo de uma princesa chamada Hipodâmia, filha do Rei Adrasto de Argos. Convidou seu novo amigo Teseu para as bodas, nas quais estariam presentes o sábio Quiron e os seus Centauros. Eram, estas criaturas estranhas, homens da cintura para cima e cavalos da cintura para baixo, de maneira que podiam correr como o vento sobre as quatro patas e ao mesmo tempo, com suas mãos humanas, usar o arco ou a lança. Quiron, seu Rei, havia ensinado a muitos reis e príncipes da Grécia as artes da guerra e da paz e era famoso em todo o mundo. Viviam os Centauros no Monte Pélion. Alegre e festivo foi o dia em que o valente e belo Pirítoo se casou com a formosa Hipodâmia, enquanto lápitas e centauros festejavam o acontecimento com profusas libações. Ao anoitecer, porém, um centauro embriagado agarrou Hipodâmia, tentando violentá-la. Daí surgiu uma rixa e, de um momento para outro, lápitas e centauros agrediam-se mutuamente com a mesma exuberância que demonstravam nos festejos amistosos. Destacaram-se Pirítoo, Teseu e Héracles pela sua bravura e, depois de alguns momentos de luta, foram os centauros expulsos, deixando no palácio do rei, que acabava de se casar, muitos lápitas gravemente feridosSegundo os textos antigos o minotauro era uma personagem com muita importância na mitologia grega. O seu aspecto pouco vulgar consistia numa cabeça de touro e corpo de humano. Esta personagem fictícia vivia na Grécia, na ilha de Creta. A lenda do Minotauro: O MINOTAURO era filho de Pasífae (a mulher do rei Minos) e de um touro (Zeus disfarçado). O rei Minos aterrorizado com o aspecto do filho da sua mulher ordenou ao arquiteto e artista Dédalo que construísse um labirinto impenetrável, onde ninguém, senão Dédalo, conseguisse penetrar para ver o tremendo monstro. E Dédalo construiu o tal labirinto cheio de passagens e caminhos sem saída. Quando Dédalo terminou o projeto Minos contratou guerreiros muito poderosos para que colocassem o Minotauro lá dentro. Depois Minos ordenou que de três em três anos se dessem sete homens e sete mulheres à terrível besta que era o minotauro. Teseu, um cidadão de Atenas, quis parar com esta chacina e na altura em que iam dar ao Minotauro as 14 pessoas para ele devorar, ele disfarçou-se de uma delas para tentar parar este sacrifício. Partiu para a ilha de Creta, entrou no labirinto e matou o Minotauro impedindo assim mais mortes. Antes de entrar no labirinto Teseu tinha desenrolado um novelo que Ariadne lhe dera, podendo assim voltar à luz do dia.CONCLUSÃO O Minotauro é apenas um mito, mas como todos os mitos têm uma ponta de verdade, este mito também a tem: diz-se que os Cretenses adoravam o touro e os seus palácios e a sua cultura eram muito mais avançados e civilizados do que os dos outros povos, e quando algum estrangeiro entrava num palácio, perdia-se rapidamente e podia observar as imagens do culto ao touro que os Cretenses espalhavam pelos palácios, ficando confusos e formando A LENDA DO MINOTAURO
O cavalo comum é um símbolo tradicional do desejo carnal. Os centauros, metade homens, metade cavalos, são monstros que representam a identificação do ser humano aos instintos animalescos. O cavalo alado, ao contrário, é símbolo da sublimação e da imaginação criadora. Pégaso, segundo a mitologia grega, nasceu do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu. Atena domesticou o cavalo alado e ofereceu-o ao herói grego Belerofonte, para que combatesse a Quimera. Com ele, Belerofonte tentou aproximar-se do Olimpo, mas Zeus fez com que Pégaso corcoveasse, provocando a queda do cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço de Zeus. Pégaso vivia no Parnaso, no Hélicon, no Pindo e na Piéria, lugares freqüentados pelas Musas, filhas de Zeus e Mnemósine, e onde o cavalo alado costumava pastar. Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas. Na literatura clássica há numerosas alusões às fontes de inspiração. A história de Pégaso tornou-se um dos temas preferidos da literatura e das artes plásticas gregas. Na mitologia grega, Pégaso era um cavalo com asas, filho de Poseidon, deus dos oceanos, e de Medusa, uma das terríveis górgonas (monstros com asas de ouro, cabelos de serpentes e dentes de javali). Diz a lenda que o cavalo saiu do corpo de Medusa quando a monstra foi decapitada pelo herói Perseu (cruzes, que história!) Pégaso está ligado às tempestades, à água, é ele quem traz o trovão e os raios. É também o símbolo da criatividade do espírito, dos poetas e da imaginação. O herói Belerofonte capturou o cavalo enquanto ele bebia água de um poço. Para isso, usou um bridão de ouro, presente da deusa Atena (a capital da Grécia se chama Atenas em homenagem a essa deusa!). Foi montado em Pégaso que Belerofonte conseguiu matar o horrível monstro Quimera. Mas, quando o herói tentou montar o cavalo de novo, ele corcoveou, atirou Belerofonte longe e subiu para os céus, onde virou uma constelação. Procure um mapa do céu em um livro de Astronomia: você vai ver, lá, o conjunto de estrelas que forma o desenho de Pégaso, o cavalo alado.Na mitologia grega era um cavalo alado, que segundo o mito nascido do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu. Atena domesticou o cavalo alado e ofereceu-o ao herói grego, o arqueiro mitológico Belerofonte, para que combatesse a Quimera. Belerofonte tentou usá-lo para aproximar-se do Olimpo, mas Zeus fez com que ele corcoveasse e derrubasse seu cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço de rei do Olimpo. Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas. Com o tempo suahistória tornou-se um dos temas preferidos da literatura e das artes plásticas gregas e sua figura destacou-se na literatura clássica com numerosas alusões às fontes de inspiração. Pégaso, o cavalo alado da mitologia grega, está representado no céu por uma das maiores constelações de toda a esfera celeste. Graças ao seu enorme quadrado, desenhado por quatro estrelas brilhantes, é muito fácil de reconhecer, até porque, nestas noites de Outono, fica praticamente no nosso zénite cerca das 21.00. Cada lado do quadrado tem cerca de 15º, ou seja, 30 «luas cheias» lado a lado. O fato de ser tão fácil de encontrar facilita a localização da constelação de Andrómeda e da famosa galáxia com o mesmo nome. Segundo a mitologia grega, o cavalo alado seria filho de Medusa. Esta, na sua juventude, tinha sido muito bela e tinha um cabelo magnífico. Muitos admiradores a terão procurado, mas apenas Posídon, o deus dos mares e dos cavalos, conseguiu conquistar os seus favores. A relação íntima entre ambos terá ocorrido no templo de Atena. A deusa, enfurecida, castigou Medusa transformando-a num monstro, com cobras no lugar dos cabelos, e cujo olhar transformava os homens em pedra. Quando Perseu decapitou Medusa, do corpo desta saíram o Pégaso e o guerreiro Crisaor. O nome Pégaso provirá da palavra grega pegai, que significa fontes, enquanto o do irmão significa espada de ouro, pois traria uma consigo logo quando nasceu. Pégaso voou até ao Monte Helicon, onde residiam as musas, e, para lhes agradar, fez jorrar água da rocha. Entretanto, o rei da Lícia (na Anatólia) confiou a Belerofonte a missão de matar Quimera, um terrível monstro que devastava o país. Belerofonte encontrou o cavalo alado e domou-o com um bridão de ouro oferecido por Atena. Viajando pelos ares, desceu sobre Quimera, a quem matou com uma lança. Depois deste feito, o herói decidiu voar no cavalo alado até aos céus. Caiu ingloriamente e Pégaso prosseguiu até ao Olimpo, onde serviu Zeus. Como recompensa, foi colocado no céu como constelação. Nas representações clássicas apenas era visível a parte dianteira do cavalo, como acontece nas constelações do Touro e do Potro. Com um pequeno telescópio, ou com um binóculo, na área do céu ocupada pelo Pégaso pode observar-se o enxame globular M15, um belo aglomerado de muitos milhares de estrelas.Cavalo alado, filho de Posêidon, deus do mar, e da Górgona Medusa. Pégaso surgiu do interior do pescoço de Medusa quando foi morta pelo herói Perseu. Pouco depois de seu nascimento, o corcel mágico bateu os cascos do chão do Monte Helicon e no local brotou uma fonte, Hipocrene, que mais tarde se tornou sagrada para as Musas e se acreditou ser uma fonte de inspiração poética. Todos tentaram em vão capturar e domesticar o animal e isto tornou-se a obsessão de Belerofonte, príncipe de Corinto. Seguindo o conselho de um vidente, Belerofonte permaneceu uma noite no templo da deusa Atena. Assim que adormeceu, a deusa apareceu a ele com um freio dourado e contou-lhe que ele o capacitaria a capturar Pégaso. Quando Belerofonte despertou, ele encontrou o freio dourado ao lado dele, e com ele facilmente capturou e domesticou o cavalo alado. Em seguida, Pégaso provou ser uma grande ajuda a Belerofonte e auxiliou o herói em suas aventuras contra as Amazonas e a Quimera. Entretanto, Belerofonte foi sobrepujado pelo próprio orgulho. Quando tentou voar ao topo do Olimpo e unir-se aos deuses, o sábio cavalo derrubou-o, deixando Belerofonte cair no espaço. Pégaso encontrou abrigo nos estábulos do Olimpo.Nas lendas gregas, Pégaso, o cavalo alado, relaciona-se muito freqüentemente com a água: ele seria filho de Posêidon e da Górgona; seu nome se aproxima da palavra fonte (pege); ele teria nascido nas fontes do Oceano; Belerofonte o teria encontrado bebendo na fonte Pirene; com um golpe dos cascos sobre uma montanha, Pégaso fez brotar uma fonte; ele está ligado às tempestades, trazendo o trovão e o raio por conta do prudente Zeus. Uniu fonte alada. A significação simbólica de Pégaso deve levar em conta essa relação: fecundidade-elevação, que poderia servir de eixo à interpretação do mito. Nuvem portadora da água fecunda. O cavalo representa tradicionalmente a impetuosidade dos desejos. Quando o homem faz um só corpo com o cavalo, ele não é mais que um monstro mítico, o centauro: ele se identificou com os instintos intimais. O cavalo alado, ao contrário, representa a imaginação criadora e sua elevação real.. . as qualidades espirituais e sublimes (capazes de elevar o homem) acima do perigo da perversão. Com efeito, é levado por Pégaso que Belerofonte triunfa sobre a Quimera. Pégaso aparece assim como o símbolo da imaginação sublimada.. . a imaginação objetivada, que eleva o homem às regiões sublimes. Encontram-se unidos nessa interpretação os dois sentidos da fonte e das asas: a criatividade espiritual. Ele se transformou correntemente no símbolo da inspiração poética. Meu Pégaso, diz Heinrich Heine, não obedece senão a seu capricho, seja no galope, seja no trote, ou no vôo ao reino das fábulas. Não é uma égua virtuosa e útil da estrebaria burguesa, menos ainda um cavalo de batalha que sabe bater a poeira e relinchar pateticamente no combate dos partidos. Não! os pés de meu corcel alado são ferrados com ouro, suas rédeas são colares de pérolas e eu as deixo flutuar alegremente.Conta à mitologia que Medusa, antes uma bela mulher, havia envolvido-se com Poseidon (o Deus dos Mares) e dele havia engravidado, sendo que apenas conceberia após a sua morte; o que ocorreu quando Perseu cortou-lhe a cabeça. Do sangue jorrado pela Medusa nasceu Pégasus, o cavalo alado. A Medusa diferentemente de suas irmãs Esteno e Euríale era mortal, apenas foi transformada em um horrendo monstro por Atena pois ousou competir sua beleza com a da Deusa. Após seu nascimento o cavalo alado serviu de montaria a Perseu em algumas de suas expedições, inclusive naquela em que o guerreiro libertou Andrômeda. Foi também apresentado por Atena às Musas, passando ele a ser o cavalo delas, e a estar a serviço dos poetas.Mais tarde fora encontrado por Belerofonte quando bebia em Pirene na Acrópole de Corinto, que jogou sobre sua cabeça uma rédea de ouro, presente de Atena. Dessa forma fez Belerofonte vencer as amazonas e a Quimera, um poderoso monstro com corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de serpente, que assolava os reinos da Cária e da Lícia com o fogo que lançava pela boca (compare com a figura dos dragões orientais). Entretanto, o sucesso obtido nos dois grandes embates fez com que o guerreiro acabasse sendo dominado pelo orgulho e pela vaidade, e por isso um dia ele se valeu do cavalo alado para tentar alcançar o Olimpo, a morada dos Deuses, pretendendo unir-se a eles. Zeus não concordando com isso, fez com que o corcel alado derrubasse o ambicioso cavaleiro e o deixasse cair de grande altura para morrer, segundo alguns autores, ou para ficar coxo e cego, segundo outros, mas permitiu, ao mesmo tempo, que o animal continuasse a subir cada vez mais alto, e passasse desde então a viver entre as estrelas, onde acabou sendo transformado numa constelação do hemisfério celestial norte batizada com o seu nome.
Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitavam as planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon, rei dos lápitas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe. Em ambos os casos parece clara a alusão às águas torrenciais e aos bosques. A história mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Convidados para o casamento de Pirítoo, rei dos lápitas, os centauros, enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha. O episódio está retratado nos frisos do Pártenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas. Os centauros também teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália. Nem todos os centauros apareciam caracterizados como seres selvagens. Um deles, Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais Esculápio. Entretanto, enquanto grupo, foram notórias personificações da violência, como se vê em Sófocles. Nos tempos helênicos se relacionavam freqüentemente com Eros e Dioniso. As representações primitivas dos centauros os mostram como homens aos quais se acrescentava a metade posterior de um cavalo. Mais tarde, talvez para realçar seu caráter bestial, só o busto era humano. Foi esta a imagem que se transmitiu ao Renascimento. Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitavam as planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon, rei dos lápitas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe. Em ambos os casos parece clara a alusão às águas torrenciais e aos bosques. A história mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Convidados para o casamento de Pirítoo, rei dos lápitas, os centauros, enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha. O episódio está retratado nos frisos do Pártenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas. Os centauros também teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália. Nem todos os centauros apareciam caracterizados como seres selvagens. Um deles, Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais Esculápio. Entretanto, enquanto grupo, foram notórias personificações da violência, como se vê em Sófocles.Na mitologia grega, eram seres fortes e brutais, metade homens e metade cavalos, filhos de Ixíon ou Ixão, rei dos lápitas, e de Néfele, deusa das nuvens, à exceção de Folo de Quíron ou Quirão, que tiveram outra origem e caráter menos selvagem, porém eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Monstros que representavam a identificação do ser humano aos instintos animalescos, seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia e sua história mitológica quase sempre associada a episódios de barbárie.Viviam nos bosques das planícies da Arcádia e dos montes da Tessália e teriam lutado contra Hércules, que os teria expulsado do cabo Mália. Durante as bodas de Pirítoo, rei dos lápitas, depois de embriagados com vinho, teriam tentado raptar a noiva, gerando uma terrível que terminou com todos aniquilados pelo lápitas. Diferentemente dos outros, Folo de Quírion foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis. Nos tempos helênicos se relacionavam freqüentemente com Eros e Dioniso e durante o Renascimento, talvez para realçar seu caráter bestial, em suas repressntações só o busto era humano.O centauro, ser mitológico metade homem, metade cavalo, símbolo do signo de Sagitário, e que personificava as forças mais grosseiras da natureza, pode nos dar mais uma pista. Se pensarmos em Quíron, centauro que se diferenciou dos demais, naturalmente selvagens e irrefletidos, por suas qualidades de sabedoria, reflexão e dom de cura (Quíron se tornou mestre de muitos heróis da mitologia, como Hércules e Édipo), não fica difícil pensar que é hora de deixarmos para trás a "animalidade" do cavalo e nos aplicarmos mais no desenvolvimento da parte humana, com tudo o que isso implica - revelações, mortes, alegrias, dor, descobertas. Não há outro caminho se quisermos partilhar positivamente das mudanças que fatalmente virão, e que já podem ser vislumbradas por aqueles que têm "olhos de ver". Os centauros eram monstros fabulosos, metade homem, metade cavalo, que viviam nas montanhas e florestas. Descendiam de Ixion, rei dos lápitas, povo que habitava próximo aos montes Pélion e Ossa, na Tessália, e embora mantivessem contatos freqüentes com os seres humanos, mostravam-se selvagens e extremamente brutais em seus hábitos. Descendente de Peneu, o deus-rio da Tessália, ou de Sísifo, segundo outra genealogia, Ixion foi o primeiro mortal a matar um membro da própria família. Para casar-se ele prometeu dar presentes ao pai da noiva, mas quando este foi recebê-los, depois do casamento, o genro o lançou em um fosso cheio de brasas. Com isso tornou-se culpado de crimes que horrorizaram a quem deles tomou conhecimento, e somente Zeus (Júpiter), num dia de excepcional condescendência, o purificou e recebeu na morada dos deuses. Lá, Ixion resolveu assediar a Hera, rainha dos deuses e esposa de Zeus, mas este, rindo-se da intenção do mal-agradecido, moldou uma nuvem com a forma da deusa, deu-lhe vida e assistiu, divertido, o cortejador seduzir a nuvem. Depois, quando Íxion começou a gabar-se de ter seduzido a própria Hera, a paciência divina chegou ao fim. Para punir o criminoso, Zeus o prendeu a uma roda em chamas que girava sem cessar, e o lançou no Hades (o inferno mitológico), onde deverá ficar por toda a eternidade. Mas da união entre Íxion e a nuvem nasceu um ser metade homem e metade cavalo, Centauro, que se tornou o pai dos monstruosos descendentes. Deles, Quíron e Folo - mencionados pela lenda grega como os mais importantes de todos - eram as únicas exceções, o que é explicado pelo fato dos dois não descenderem de Ixion Quiron era filho de Cronos (Saturno) com Filira, filha de Oceano; enquanto Folo vinha de Sileno e da ninfa Melos. O primeiro, celebrado na poesia e tradição, se diferenciava dos demais centauros pela sua humanidade e justiça. Segundo alguns mitólogos, sua mãe ficou tão pesarosa por ter dado à luz um monstro, que pediu aos deuses que a afastassem dessa dura prova, sendo, por isso, transformada em tília (árvore aproveitada como planta de sombra e ornamento, cujas folhas e flores são medicinais). Outras correntes, porém, afirmam que ela teria vivido com o filho na gruta do monte Pélion, na Tessália, e o teria ajudado a educar muitos jovens valentes e destemidos. Segundo a lenda, Quiron, quando adulto, refugiou-se nas montanhas e nas florestas, tornando-se companheiro da deusa Diana nas caçadas que ela realizava. Foi assim que adquiriu seus conhecimentos de botânica, astronomia, medicina e cirurgia, que depois transferiu a muitos heróis gregos, entre eles Esculápio, Nestor, Anfiarão, Peleu, Telamon, Meléagro, Teseu, Hipólito, Ulisses, Diomedes, Castor e Pólux, Jasão e, sobretudo, Aquiles, a quem, como avô materno, esmerou-se em preparar. Sobre Quiron, o livro “Mitologia Greco-Romana”, de Marcio Pugliesi, apresenta a seguinte passagem: “Com a música, aos acordes da sua lira, curava as moléstias; e pelo conhecimento dos corpos celestes, desviava ou prevenia as influências funestas à humanidade. Quiron teve uma longa existência e uma robusta velhice; estava vivo antes e depois da expedição dos argonautas, na qual tomaram parte dois netos seus. Na guerra de Hércules contra os centauros, estes, esperando desarmar o furor do herói pela presença do seu antigo mestre, refugiaram-se em Maléa, onde morava Quiron; nem por isso Hércules deixou de atacá-los, e uma das suas flechas, embebida no sangue da hidra de Lerna, tendo errado o alvo (Élato), foi ferir Quiron no joelho. Hércules, desesperado, acudiu-o prontamente e aplicou um remédio que seu antigo professor lhe ensinara; o mal, porém, era incurável e produzia dores insuportáveis. O centauro suplicou a Júpiter que terminasse os seus dias. O pai dos deuses, emocionado com essa prece, fez passar a Prometeu a imortalidade que Quiron devia à sua qualidade de filho de Saturno, e colocou o centauro no Zodíaco, onde forma a constelação de Sagitário”. Sobre Folo, conta-se que em Erimanto, na Arcádia, um javali gigantesco e de grande ferocidade atacava e devastava o que encontrava pela frente, matando muita gente. Obrigado a capturá-lo vivo (leia, neste arquivo, o 4º trabalho de Hércules - O javali de Erimanto), o herói grego seguiu para as montanhas onde o animal se escondia, e no caminho se hospedou na casa do centauro Folo, que satisfeito, abriu um odre de vinho em homenagem ao amigo. Quando os outros centauros, que viviam por perto, sentiram o cheiro da bebida, decidiram tomá-la à força, e para tanto um grupo deles invadiu a casa de Folo, armados de grandes pedras e galhos de árvore. Sentindo-se ameaçado, Hércules os enfrentou e matou a todos com suas flechas, mas infelizmente, seu amigo Folo machucou-se acidentalmente na ponta de uma seta embebida no sangue da Hidra e acabou morrendo. Os centauros também são conhecidos pela luta que mantiveram com os lápitas, em virtude da intenção daqueles em raptar Hipodâmia, filha do rei de Pisa, na Elida, e famosa pela sua beleza, no dia de seu casamento com Pélope, ou Pelops, ou Piritos, filho de Tântalo e neto de Zeus. O pai da princesa havia prometido entregá-la em casamento a quem o vencesse em uma corrida de carros, e já havia derrotado treze concorrentes, e os matado, conforme a praxe, quando Pélope ganhou a competição de que participava graças a uma fraude do cocheiro Mirtilo, que tirou as cavilhas do eixo das rodas do carro real. Na festa do matrimônio, que contava com a presença de Teseu, herói ateniense, os centauros também estavam entre os convidados, e um deles, Eurátion, tendo se embriagado com vinho, tentou violentar a noiva; os outros centauros seguiram seu exemplo e provocaram um terrível conflito, durante o qual vários deles foram mortos, e no final os sobreviventes fugiram para longe da Tessália. Essa batalha se tornou assunto favorito dos artistas da Antigüidade, que sobre ela escreveram poemas épicos e esculpiram belas esculturas para ornamentar alguns templos gregos.Na mitologia grega, os centauros são uma raça de seres com o torso e cabeça humanos e o corpo de cavalo. Viviam nas montanhas de Tessália e repartiam-se em duas famílias: Os filhos de Íxion e Nefele, que simbolizavam a força bruta, insensata e cega. Viviam originalmente nas montanhas da Tessália e alimentavam-se de carne crua. Alternativamente, consideravam-se filhos de Kentauros (o filho de Íxion e Nefele) e algumas éguas magnésias, ou de Apolo e Hebe. Conta-se que Íxion planejava manter relações sexuais com Hera, mas Zeus, seu marido, evitou-o moldeando uma nuvem (nefele, em grego) com a forma de Hera. Posto que Íxion é normalmente considerado o ancestral dos centauros, pode se fazer referência a eles poeticamente como Ixiónidas. Os filhos de Filira e Cronos, dentre os quais o mais célebre era Quíron, amigo de Héracles, representavam, ao contrário, a força aliada à bondade, a serviço dos bons combates. Os centauros são muito conhecidos pela luta que mantiveram com os Lápitas, provocada pelo seu intento de raptar Hipodâmia no dia da sua boda com Pirítoo, rei dos Lápitas e também filho de Íxion. A discussão entre estes primos é uma metáfora do conflito entre os baixos instintos e o comportamento civilizado na humanidade. Teseu, um herói e fundador de cidades que estava presente, inclinou a balança do lado da ordem correta das coisas, e ajudou Pirítoo. Os centauros foram expulsos da Tessália e vieram a habitar o Épiro. Mais tarde Héracles exterminou quase todos. Cenas da batalha entre os Lápitas e os centauros foram esculpidas em baixo relevos no friso do Partenão, que estava dedicado à deusa da sabedoria Atena.
A figura mítica da quimera, oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C., sempre exerceu atração sobre a imaginação popular. De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tífon. Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão de Neméia, que foram mortos por Hércules. Habitualmente era descrita com cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la. A representação plástica mais freqüente da quimera era a de um leão com uma cabeça de cabra em sua espádua. Essa foi também a mais comum na arte cristã medieval, que fez dela um símbolo do mal. Com o passar do tempo, chamou-se genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Em linguagem popular, o termo quimera alude a qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou incongruentes. Na mitologia grega era um fabuloso monstro com cabeça de leão, torso de cabra e cauda de dragão e que soltava fogo pela boca. Era oriunda da Anatólia, nascida da união entre a monstro Equidna e o gigantesco Tífon. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso dado por Atena, conseguiu matá-la. Sua representação plástica na arte cristã medieval, era um símbolo do mal, mas com o passar do tempo, passou a se chamar de quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Hoje, no nosso português, a palavra quimera significa produto da imaginação, fantasia, utopia, sonhoA figura mítica da Quimera é oriunda da Anatólia, parte da Turquia correspondente à península da Ásia Menor, mas seu tipo físico surgiu na Grécia durante o século 7 a.C.. A versão mais conhecida da lenda a descreve como um monstro assustador, fruto da união entre Equidna e Tifon, duas criaturas de aparência terrível e apavorante. Ela, metade serpente, metade mulher, mãe da Quimera, de Cérbero, da Hidra de Lerna e outros seres de conformação extravagante; enquanto ele possuía cem cabeças que tocavam o céu, e seus braços em cruz atingiam os limites do Ocidente e do Oriente; além do mais, seus olhos e a sua boca lançavam chamas, suas mãos terminavam em cabeças de dragão, e seu corpo munido de asas era cingido por serpentes. Outras lendas, porém, dizem que Quimera era filha da hidra de Lerna e do leão de Neméia, ambos mortos por Hércules, e a descreviam como tendo cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente, por sinal a mesma representação plástica feita muito tempo depois pelos artistas cristãos da Idade Média, mostrando-a como um símbolo do mal. Esse monstro foi criado pelo rei de Caria, antiga divisão da Ásia Menor, banhada pelo mar Egeu, mas apesar disso se voltaria depois contra o benfeitor e assolaria o seu reino, assim como o da Lícia, com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-lo. Com o passar do tempo, chamou-se genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica, da mesma forma como na linguagem popular o termo quimera refere-se hoje a qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou incongruentes. Na descrição dos mitólogos, a Quimera era um monstro horripilante que expelia fogo pela boca e pelas narinas, e como causava grandes estragos na Lícia, seu rei, Iobates, procurava um herói para destruí-la. Naquela ocasião chegou na corte um jovem e bravo guerreiro chamado Beloforonte, que trazia carta de Proteu, genro do monarca, recomendando-o em termos calorosos como um herói invencível, mas acrescentando, no fim, um pedido ao sogro para mandar matá-lo.O motivo dessa solicitação é que Proteu tinha ciúme de Beloforonte, por desconfiar de que sua esposa, Antéia, nutria demasiada admiração pelo jovem. Ao ler a carta Iobates ficou hesitante, não querendo violar as regras da hospitalidade, mas desejoso de satisfazer a vontade do genro, teve então a idéia de mandar Beloforonte lutar contra a Quimera. Este aceitou a proposta sem titubear, mas antes de entrar em combate consultou o vidente Polido que o aconselhou a recorrer, se possível, ao cavalo Pégaso, instruindo-o, para tanto, a passar a noite no templo de Minerva. Assim fez o herói, e enquanto dormia, a deusa o procurou e colocou em suas mãos uma rédea de ouro. E quando ele acordou, a divindade o levou ao poço de Pirene, onde o cavalo alado bebia água. Assim que o animal avistou a rédea dourada, aproximou-se docilmente de Beloforonte e permitiu que este o montasse, saindo com ele, em seguida, à procura da perigosa Quimera. Ao encontrá-la, o herói a matou com facilidade. Depois de vencer a Quimera, Beloforonte foi exposto a novos perigos e trabalhos por seu pouco amável hospedeiro, mas com a ajuda de Pégaso, triunfou em todas as provas, até que Iobates, vendo que o herói era particularmente favorecido pelos deuses, deu-lhe sua filha em casamento e tornou-o seu sucessor no trono. Mas o rapaz, por seu orgulho e presunção, incorreu na ira dos deuses, chegando a tentar voar até o céu em seu corcel alado, mas Júpiter mandou uma grande mosca atormentar Pégaso. Nervoso, o cavalo atirou ao chão o cavaleiro, que em conseqüência se tornou cego e coxo, e por isso passou a vagar sozinho pelos campos, evitando o contato dos homens. Até morrer miseravelmente.
Medusa, ser terrível, embora monstro, é considerada pelos gregos uma das divindades primordiais, pertencente a geração pré - olímpica. Só depois é tida como vítima da vingança de uma deusa. Uma das três górgonas, é a única que é mortal. Três irmãs monstruosas que possuíam cabeça com cabelos em forma de serpentes venenosas, presas de javali, mãos de bronze e asas de ouro. Seu olhar transformava em pedra aqueles que a fitavam. Como suas irmãs, Medusa representava as perversões. Euríale, simbolizava o instinto sexual pervertido, Ésteno a perversão social e Medusa a pulsão evolutiva, a necessidade de crescer e evoluir, estagnada. Medusa também é símbolo da mulher rejeitada, e por sua rejeição incapaz de amar e ser amada, odeia os homens nas figura do deus que a viola e abandona e as mulheres, pelo fato de ter deixado de ser mulher bela para ser monstro por culpa de um homem e de uma deusa. Medusa é a própria infelicidade`, seus filhos não são humanos, nem deuses, são monstros. Górgona, apavorante, terrível. O mito de Medusa tem várias versões, mas os pontos principais refletem estas características acima. Como Midas ela não pode facilitar a proximidade, um transformava tudo em ouro com apenas um toque, ela é mais solitária mais trágica, não pode sequer olhar, pois tudo o que olha vira pedra, Medusa tira a vida, o movimento com um simples olhar, também não pode ser vista de frente, não se pode ter idéia de como ela é sem ficar paralisado, morrer. Diz o mito que outrora Medusa fora uma belíssima donzela, orgulhosa de sua beleza, principalmente dos seus cabelos, que resolveu disputar o amor de Zeus com Minerva. Esta enraivecida transformou-a em monstro, com cabelos de serpente. Outra versão diz que Zeus a teria seqüestrado e violado no interior do templo de Minerva e esta mesmo sabendo que Zeus a abandonara, não perdoou tal ofensa, e o fim é o mesmo. Medusa é morta por Perseu, que também foi rejeitado e com sua mãe Danae trancado em uma arca e atirado ao mar, de onde foi resgatado por um pescador que os levou ao rei Polidectes que o criou com sabedoria e bondade. Quando Perseu ficou homem, Polidectes enviou-o para a trágica missão de destruir Medusa. Para isto receberia o auxílio dos deuses. Usando sandálias aladas pode pairar sobre as górgonas que dormiam. Usando um escudo mágico de metal polido, refletiu a imagem de Medusa como num espelho e decapitou-a com a espada de Hermes. Do pescoço ensangüentado de Medusa saíram dois seres que foram gerados do conúbio com Poseidon. O gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu. Da veia esquerda saia um poderoso veneno, da veia direita um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Ironicamente, trazia dentro de si o remédio da vida, mas sempre usou o veneno da morte. " Três irmãs, três monstros, a cabeça aureolada de serpentes venenosas, presas de javalis, mãos de bronze asas de ouro: Medusa, Ésteno e Euríale. São símbolos do inimigo e se tem que combater. As deformações monstruosas da psiqué, consoante Chevalier e Gheebrant ( Dictionnaire des Symboles, Paris Robert Laffont, Júpiter, 1982) se devem as forças pervertidas das três pulsões: sociabilidade, sexualidade, espiritualidade" .(Brandão, ed. Vozes 1987). Tenho observado em pacientes em terapia, alguns processos que remetem ao mito de Medusa. Estes relatam um sofrimento imenso devido a dificuldades em perceber a própria imagem. Quem sou eu? A grande pergunta para qual toda a humanidade busca respostas. Para estas pessoas, como se tivessem uma imagem invertida refletida no espelho, a pergunta é o que eu não sou. Incapazes de mostrar uma imagem positiva, como os filhos monstros de Medusa, erram pela vida alinhando possibilidades para construir sua monstruosidade. Estes filhos de Medusa, embora filhos de um deus, herdam da mãe a figura monstruosa a que se viu presa a bela Medusa. A duplicidade da Mãe os acompanha. Pégaso unido ao homem é o Centauro, monstro identificado com os instintos animalescos. Mas tambem é fonte, como seu nome simboliza, alado , é fonte de da imaginação criadora sublimada e sua elevação. Temos em Pégaso os dois sentidos ,a fonte e as asas. Símbolo da inspiração poética representa a fecundidade e a criatividade espiritual. Pégaso talvez represente o lado belo de Medusa, que ficou escondido, que não podia ser visto, pois como vimos ela representava a pulsão espiritual estagnada. Pégaso é a espiritualidade em movimento. Crisaor é apenas um monstro, pai de outros monstros Gerião de três cabeças e Équidna. Équidina herda da avó o destino trágico. Seu corpo metade mulher, de lindas faces e belos olhos, tem na outra metade uma enorme serpente malhada, cruel . É a bela mulher de gênio violento. Incapaz de amar, devoradora de homens. Uma reedição de Medusa. Continuará a saga ancestral de odiar os homens e gerar monstros.Com uma imagem distorcida, como dizíamos anteriormente, estes "filhos de Medusa" não podem ver-se a si mesmos como são, e sempre imaginam bem piores até mesmo do que poderiam ser. Alguns autores como Melanie Klein e Alexander Lowen falam que a imagem de si se origina do olhar da mãe. A forma como a criança é olhada, é vista, o que ela percebe de rejeição ou aprovação é captado no olhar da mãe. Os tristes filhos de Medusa não podem vê-la, tambem não podem ser vistos por ela. Esta mãe de mãos de bronze não pode acariciar, seu olhar paralisa, seus dentes de javali impedem que beije, mas quando poderia ser atingida pelo filho ela se torna divina, tem asas de ouro, é um alvo móvel. Medusa incorpora para estas personalidades de estrutura depressiva o mito da mãe divina, vista pelo seu filho como a santa mãe, não gera filhos felizes, apenas trágicos. Não pode ser mulher, é santa. A princípio como Jocasta, depositária da paixão do filho, Medusa não o ama, fazendo-o sentir-se torpr e culpado pelo seu amor incestuoso. Como recurso ele a santifica para continuar amando-a e justificando a sua rejeição como forma de protege-lo da sua própria torpeza. Desprovida como santa de instinto sexual, não pode falar ao seu filho da sexualidade feminina, não pode dizer-lhe o que é uma mulher. Inacessível como santa, torna-se monstro. Monstro que é percebido pelo filho mas que se nega a ser visto como é. Medusa não olha, não acaricia, não orienta. Paralisa. Não é por acaso que o sentimento da depressão é a inércia, a perda da vitalidade. Como se tivessem transformados em pedra pelo olhar da mãe os filhos de Medusa erram pela vida sem espelhos que traduzam sua imagem. São monstros cuja criatividade afogada na pedra de suas almas precisa ser libertada. Precisam encontrar um espelho e que lhes diga quem são ou pelo menos quem não podem ser. No trabalho terapêutico de pacientes com depressão, tenho observado que há uma enorme dificuldade em perceber a figura materna. Ela é idealizada a partir de perfis culturais que parecem não poder ser questionados. Frases como: "qual a mãe que não ama seus filhos?" ou "toda mãe é uma santa" traduzem a situação que impede a visão do real. São pessoas desprovidas de afeto, mas com uma enorme necessidade de carinho, que no entanto não suportam proximidade, de uma vez que não confiam em ninguém, pois não acreditam que podem ser amados. Sentem se monstros. Alguns mais adiante no processo chegam a perceber nitidamente que não foram amados, mas como se esquivando de perceber a profundidade dessa dor negam afirmando que isto é normal, diante da sua torpeza. Falam de mães ocupadas, falam de mães vaidosas ressentidas da perda da beleza com o nascimento do filho. Mas essas referências são quase superficiais. Quando conseguem se aproximar da visão real dessa mãe de garras e mãos de bronze os sintomas se multiplicam, aumenta a depressão e com esta a paralisia, a inércia. Podem passar vários dias deitados, sem trabalhar ou realizar um mínimo de esforço. Ver Medusa é petrificar-se. Muitos desenvolvem sintomas de dor de cabeça, medo de doenças fatais como câncer, AIDS (doenças ligadas a amputação, decapitação, ao sangue, a sexualidade e sintomas de castração). As fantasias de autopunição se multiplicam, relatam possibilidades de acidentes de automóvel ou com armas de fogo. Tem fantasias de traição com amigos ou companheiras. São pessoas trágicas. Todos relatam uma ausência de alegria, mesmo quando estão em ambientes alegres. Uma profunda inveja do prazer do outro os assola. Muitos perseguem a fantasia de resolver a falta com postos de poder e dinheiro. Aumenta a dor. O poder que tanto ansiaram ou o dinheiro que tudo resolveria aumentam a profundidade do abismo. Ter tudo e não sentir-se nada é muito mais terrível. O abismo se abre cada vez mais como as entranhas da mãe monstruosa. Restam- lhes fantasias suicidas. É preferível morrer a sentir-se monstro. Muitos realizam esta fantasia como ultima tentativa de atingir Medusa. Mas ela nada sentirá, seu ódio pelo homem que a violou transmite-se ao filho que gerou. Sua pior inimiga Minerva ( a deusa da inteligência), deixa-lhe como legado o ódio às mulheres. Não pode dizer ao filho como lidar com elas, como gerar com elas novos filhos, amados ,sadios. Sua descendência, embora não precise ser deverá ser de monstros gerando outros monstros. Fala-se da hereditariedade da depressão. Penso que se houver é muito mais transmitida em gestos e pelo ambiente trágico e desprovido de prazer, em que estas novas crianças nascerão. Os filhos de Medusa não podem ter mulheres amorosas, isto a denunciaria. Raramente, quando encontram estas mulheres não podem confiar nelas e abortam assim a possibilidade de obter o amor que os revitalizaria. Mas, apesar das dificuldades e das fantasias autopunitivas, Medusa pode ser vista. Através do espelho do terapeuta e deste como espelho, a figura de medusa pode ser vista. Se a relação terapêutica se dá de forma transferencial, amorosa, confiante, o espelho refletirá imagem de Medusa, como ela é. Incapaz de amar, cruel e terrível, górgona, apavorante. Como resultado o filho descobrirá que o monstro é ela, não ele. Da morte dela resulta sua vida, e como Pégaso ele ganha os céus, liberto, simbolizando a vitória da inteligência e sua união com a espiritualidade, a sensibilidade que sempre existiu naquele que se julgava o monstro. Como Pégaso, se não se aferrar ao seu aspecto de humano comum, em revoltas descabidas e em vinganças inúteis poderá compreender a tragédia de Medusa e perdoa-la. Não se transformará no monstro Centauro, identificado com o instintos animalescos e a sexualidade desregrada. Se incorporar Centauro errará pela vida sem pertencer a ninguém. Homem de muitas mulheres, mas sem nenhuma. Será monstro preso a sua mãe monstruosa. Incapaz de amar como ela. Se assumir sua condição de Pégaso, será fonte, de todas as belezas, da mais pura elevação, da criatividade, da fidelidade. Não é por acaso que Pégaso simboliza a Poesia. As filhas de Medusa também apresentam como ela a impossibilidade de ser amada. São mulheres tristes de trágica figura, mesmo quando belas. Condenadas a serem crianças eternas presas as entranhas da mãe, não podem deixar de ser filhas-monstro, a não ser para poderem ser mães- monstro. Filhas da violação e do abandono (é assim que Medusa transmite a elas sua relação com os homens) são mulheres-meninas, incapazes de perceber o homem a não ser como brinquedo, ou como fonte de sofrimento. Unem-se quase sempre a homens cruéis que possam justificar a idéia da mãe da impossibilidade de ser feliz com um homem. Quando raramente encontram o amor, destroem-no destruindo o homem amado, como faz no mito Équidna, legítima herdeira de Medusa.. Mulheres de amores infelizes, herdam de Medusa as garras, as mãos de bronze, e as asas de ouro. Vítimas de novos abandonos reforçam em cada experiência infeliz a idéia da mãe. Também possuem o olhar terrível. Das uniões infelizes geram filhos infelizes que carregam presos a si mesmas não por amor, mas pelo terror que podem gerar. Novas medusas. Se pela procura puderem chegar ao espelho, podem ser deusas, podem ser Pégasos, ou até mesmo Poesia uma das Musas; se não seguirão seus destinos de mulheres- crianças gerando filhos que não podem amar e que no máximo lhes servem de brinquedo para suas brincadeiras cruéis de paralisar e aterrorizar pessoas. Seguem a saga de Medusa. Mulher que se torna monstro, pelo descuido de homem, pela crueldade de uma deusa.O próprio mito nos mostra. Perseu filho de Danae, mãe amorosa, que segue seu filho no destino que lhes foi dado pelo pai terrível que ouviu de um mago que seria assassinado pelo neto. Trancados em uma arca atirados ao mar são salvos por Poseidon que os encaminha a uma praia tranqüila onde são recolhidos por um pescador e levados ao rei Polidectis, que o educa amorosamente como filho. Perseu é filho de mãe amorosa, que tudo perde para seguir seu filho. Que abandonada por um homem, o próprio pai, atirada à morte por ele não transforma isto em ódio a masculinidade. Perseu também. Seu abandono pelo avô e pelo pai que não o salva, é no entanto criado por um pai amoroso. Perseu e Danae o oposto de Medusa. Não permitiram que sua desgraça se transformasse em ressentimento para com a humanidade. Foram alcançados e salvos pelo amor humano. Ao contrário de Medusa, da qual ninguém pode se aproximar. Somente Perseu poderia destruir Medusa, ele pode ser visto exatamente como seu contrario no espelho, ela mulher, ele homem, ela ressentida, ele perdoando, ela sem possibilidade de resgate, ele salvo pelo amor da mãe que o acompanha, pelo cuidado de um deus e pelo amor de uma pai-rei. Tudo o que faltou a Medusa que precisa ser vista, no espelho, para poder ser destruída e libertar Pégaso. Medusa tem que ser compreendida alem do seu aspecto monstro, como mulher-criança, frívola, presa a beleza passageira, desafiando a grande deusa, a inteligência a quem desafia e a quem odeia. Para depois de morta servir a ela, Minerva, mesmo que seja como esfinge no seu escudo. Guiado pela inteligência e sabedoria de Minerva, que corrige o seu erro de ter criado um monstro, o olhar de Medusa agora é útil, tem aplicabilidade, destroi o inimigo. Já não mata os que ama. Se a transferência não se realiza, se a relação terapêutica não se faz, e disse alguém que a terapia é uma função de amor, os filhos de Medusa verão no terapeuta a imagem dela e fugirão. Tudo estará perdido, o amor não poderá realizar seu resgate, e Medusa permanecerá eternamente viva destruindo e paralisando até que se destrua ou destrua seus filhos.A Medusa, na mitologia grega, era um monstro ctônico do sexo feminino, uma das três Górgonas. Filha de Fórcis e Ceto(embora o autor antigo Higino interpole uma geração e cite outro casal ctônico como os pais da Medusa), quem quer que olhasse diretamente para ela era transformado em pedra. Ao contrário de suas irmãs Górgonas, Esteno e Euríale, Medusa era mortal; foi decapitada pelo heroi Perseu, que utilizou posteriormente sua cabeça como arma, até dá-la para a deusa Atena, que a colocou em seu escudo. Na Antiguidade Clássica a imagem da cabeça da Medusa aparecia no objeto utilizado para afugentar o mal conhecido como Gorgoneion.As três irmãs Górgonas - Medusa, Esteno e Euríale - eram filhas das antigas divindades marinhas, Fórcis (Phorkys) e sua irmã, Ceto (Keto), monstros ctônicos de um mundo arcaico. Sua genealogia é partilhada com outro grupo de irmãs, as Greias, como é explicado na obra Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, que situa ambos os trios de irmãs num lugar longínquo, "a terrível planície de Cistene": "Lá perto delas suas três irmãs feiosas, as Górgonas, aladas Com cobras no lugar de cabelo — odiavam o homem mortal —" Enquanto os antigos artistas gregos, ao pintar vasos e gravar relevos, imaginavam a Medusa e suas irmãs como tendo nascido com uma forma monstruosa, os escultores e pintores do século V a.C. passaram a visualizá-la como sendo bela, ao mesmo tempo que aterrorizante. Numa ode escrita em 490 a.C., Píndaro já falava da "Medusa de belas bochechas". Numa versão posterior do mito da Medusa, relatada pelo poeta romano Ovídio, a Medusa teria sido originalmente uma bela donzela, "a aspiração ciumenta de muitos pretendentes", sacerdotisa do templo de Atena. Um dia ela teria cedido às investidas do "Senhor dos Mares", Poseidon, e deitado-se com ele no próprio templo da deusa Atena; a deusa então, enfurecida, transformou o belo cabelo da donzela em serpentes, e deixou seu rosto tão horrível de se contemplar que a mera visão dele transformaria todos que o olhassem em pedra. Na versão de Ovídio, Perseu descreve a punição dada por Atena à Medusa como "justa" e "merecida". Morte Na maioria das versões do mito, enquanto a Medusa esperava um filho de Poseidon, deus dos mares, teria sido decapitada pelo heroi Perseu, que havia recebido do rei Polidetes de Sérifo a missão de trazer sua cabeça como presente. Com o auxílio de Atena, de Hermes, que lhe forneceu sandálias aladas, e de Hades, que lhe deu um elmo de invisibilidade, uma espada e um escudo espelhado, o heroi cumpriu sua missão, matando a Górgona após olhar apenas para seu inofensivo reflexo no escudo, evitando assim ser transformado em pedra. Quando Perseu separou a cabeça da Medusa de seu pescoço, duas criaturas nasceram: o cavalo alado Pégaso e o gigante dourado Crisaor.Para a acadêmica britânica Jane Ellen Harrison, a "potência [da Medusa] somente se inicia quando sua cabeça é cortada, e aquela potência se encontra na cabeça; ela é, noutras palavras, uma máscara com um corpo acrescentado posteriormente a ela... a base do Gorgoneion é um objeto de culto, uma máscara ritual mal-compreendida." Na Odisseia Homero não menciona a Medusa especificamente pelo nome: "A menos que por minha ousadia Perséfone, a terrível, Do Hades envie uma pavorosa cabeça de um monstro horrível." inda para Harrison, "a Górgona teria nascido do terror, e não o terror da Górgona." De acordo com Ovídio, no Noroeste da África, Perseu teria voado pelo titã Atlas, que segurava o céu em seus ombros, e o transformado em pedra. Os corais do Mar Vermelho teriam sido formados pelo sangue da Medusa, derramado sobre algas quando Perseu colocou a cabeça num trecho do litoral, durante sua breve estada na Etiópia, onde salvou e se casou com a princesa Andrômeda. As víboras venenosas que infestam o Saara também foram citadas como sendo nascidas de gotas derramadas de seu sangue.Perseus voou então para Sérifo, onde sua mãe estava prestes a ser forçada a se casar com o rei Polidetes, que foi transformado em pedra ao olhar para a cabeça da Medusa. Perseu deu então a cabeça da Górgona para Atena, que a colocou em seu escudo, o Aegis. Algumas referências clássicas se referem às três Górgonas; Harrison considerava que o desmembramento da Medusa num trio de irmãs seria um aspecto secundário do mito: "A forma tripla não é primitiva, é apenas um exemplo de uma tendência geral... que faz de cada deusa uma trindade, o que nos deu as Horas, as Cáritas, as Semnas, e diversas outras tríades. Parece imediatamente óbvio que as Górgonas não são realmente três, mas sim uma + duas. As duas irmãs que não foram mostras são meros apêndices existentes pelo costume; a Górgona verdadeira é a Medusa."